O mês de setembro foi marcado pelo pior mês das bolsas mundiais desde março. A maior aversão a risco é resultado do sentimento do mercado em relação a alguns eventos, tendo como os principais a eleição nos Estados Unidos e aumento de casos do novo coronavírus em alguns países da Europa e Ásia. O MSCI All-Country Word Equity, índice que mede o avanço das principais bolsas do mundo, teve queda de -2,08% no mês. O índice da bolsa americana S&P 500 teve queda forte de -3,92%, acompanhado pela retração de -5,16% do também estadunidense Nasdaq Composite.
No cenário nacional, veio à tona o projeto do governo do presidente Jair Bolsonaro para a área social chamado Renda Cidadã, que tem por objetivo substituir o Bolsa Família, ampliando a quantidade de pessoas atendidas e o valor do benefício. O mercado reagiu com preocupação ao comunicado de tal projeto, principalmente pelo receio do desrespeito ao teto dos gastos, aumentando o risco fiscal.
Incertezas crescentes do mercado em relação às políticas de gastos do governo, fundamentada pela futura expansão das despesas com o Renda Cidadã, fez com que o ativo mais seguro e conservador do mercado brasileiro, a Letra Financeira do Tesouro (LFT), também conhecido como Tesouro Selic, tivesse um inédito retorno negativo no mês. Em suma, o motivo dessa queda está no risco fiscal do governo já citado, juntamente com a menor taxa de juros da história do país. Outros títulos atrelados à dívida do governo, principalmente baseados no IPCA, chegaram a ter queda de 12% no período.
Em consonância com a queda das bolsas internacionais e com o noticiário negativo brasileiro, o Ibovespa recuou -4,8% em setembro. As ações que mais subiram no mês foram Localiza ON (17,70%), P.Acucar-Cbd ON (9,81%), Azul S.A PN (9,77%), Gerdau PN (8,96%), Qualicorp ON (8,80%). As ações que mais caíram em setembro foram B2W Digital ON (-19,73%), Cosan ON (-17,92%), Petrorio ON (-16,71%), Rumo S.A. ON (-15,66%), Via Varejo ON(-15,37%). Já o dólar encerrou setembro com alta de 2,46%, sendo a alta ainda contida por leilões de swaps da moeda pelo Banco Central.
A alta do câmbio, resultou em bons rendimentos para os fundos de dólar, com destaque positivo para o BTG Pactual Dolar FI Cambial, cujo o retorno no mês foi de 2,61%, o BV Cambial Dólar FCFI que teve uma alta de 2,57%. Mesmo com a queda dos ativos atrelados à dívida do governo, fundos com exposição a crédito privado tiveram rendimentos acima do CDI, entre eles estão o Gama Top CP RF FI LP (302% do CDI) e o AF Invest FIRF CP Geraes (121% do CDI).
Acompanhando a desvalorização do Ibovespa, as menores rentabilidades estão nos fundos com alta exposição de ações brasileiras como o Alaska Black FICFI Em Ações – Bdr Nível I (-9,81%) e o Polo Long Bias I FC FM (-7,68%), conforme mostrado na Tabela 2.
Responsáveis técnicos: Thiago Raymon, MSc.; Augusto Mergulhão, CFP®; Victor Gaioso, CFP®; Sidney Brito, CNPI-T
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